Alimentação

Entenda as diferenças entre alergia e intolerância alimentar

Foto: QZ7 Filmes -

Por Joana Bendjouya

Apesar de muitas vezes apresentar sintomas parecidos surgidos após a ingestão de algum alimento, a intolerância e a alergia alimentar são problemas diferentes, com causas e também tratamentos distintos.

Ambas podem trazer impactos e desconfortos negativos na vida de pessoas que, muitas vezes, precisam restringir ou retirar o consumo de determinado alimento da sua rotina, conforme explica a nutricionista clínica, com ênfase em saúde intestinal, Suely Ribeiro Bampi. “A principal diferença está na forma que elas vão ser diagnosticadas. Deve ser médico e nutricionista, uma equipe multidisciplinar, neste caso. A alergia alimentar é mediada por um processo inflamatório, por um processo imune e essas manifestações clinicas elas acontecem por que quando a pessoa consome um alimento no qual ele tem um processo alérgico e esse alimento, quando sofre todo processo digestivo que é feito da boca até o intestino, acontece um extravasamento para corrente sanguínea, vários sintomas são ocasionados, principalmente em casos de alergia alimentar mais leves, quando ocorre um processo diarreico. Já em casos mais graves, pode acontecer manifestações extra intestinais, como lesões na pele, respiratórias, nas articulações.”

No caso da intolerância alimentar, ela é caracterizada pela má digestão de determinados alimentos. O problema é resultado da deficiência ou ausência de enzimas responsáveis pela quebra de moléculas maiores em partes menores que o organismo é capaz de absorver e aproveitar adequadamente. “A pessoa que apresenta intolerância alimentar absorve parcialmente esses nutrientes, que passam a fermentar, ocasionando no organismo sintomas como inchaço abdominal, flatulência e cólicas, podendo ainda apresentar quadros de diarreia.” A nutricionista explica que a condição das manifestações depende da quantidade ingerida de determinado nutriente e da quantidade que cada pessoa é capaz de tolerar. Em alguns casos, pode ocorrer dor ou distensão abdominal, sem apresentar quadros mais severos de diarreia. Os sintomas podem levar de alguns minutos até muitas horas para aparecer, no entanto, apesar de ser uma situação incômoda, uma vez reconhecida é possível de ser controlada por meio de ajustes na dieta.

Já no caso de alergia alimentar, a nutricionista explica que ocorre reação do organismo logo após a exposição ao alimento que é o causador da alergia. “Uma alergia alimentar ela é mediada pelo sistema imune, então vários anticorpos do organismo vão tentar combater aquele alimento que o organismo entende como estranho, e por isso acontecem os sintomas.” Entretanto, essa manifestação pode ser imediata ou levar algumas horas, sendo as mais comuns as reações que envolvem a pele, como urticária, inchaço, coceira e eczema, e o aparelho gastrintestinal com a apresentação de diarreia, dor abdominal e vômitos. Nos casos de manifestações mais intensas pode ocorrer de vários órgãos serem acometidos simultaneamente, como pele e o trato respiratório. Amendoim, ovos e frutos do mar são os principais alimentos relacionados a estes quadros.

Tratamento
A intolerância alimentar não é uma doença, mas sim uma condição do organismo, desta forma o recomendado é uma adaptação no cardápio e ajuste nos alimentos consumidos. Suely comenta que, neste caso, o mais comum e diagnosticado na população é a intolerância à lactose, que se trata da ausência no organismo da enzima que degrada este nutriente, a lactase, presente no leite e seus derivados. “Quando uma pessoa ingere, por exemplo, o leite, ela está consumindo proteína, gordura e carboidrato que é a composição química do leite. No caso da lactose, ela é o carboidrato do leite. Quando a pessoa ingere um alimento rico em lactose, o organismo de uma pessoa saudável irá degradar, absorver e metabolizar todos os componentes. Em uma pessoa intolerante, ela não possui a enzima que quebra essa lactose em diversos fragmentos para que aconteça essa absorção, fazendo com que ela tenha sintomas digestivos também, principalmente a diarreia.”

A nutricionista orienta que é possível prevenir novos sintomas reduzindo o consumo de leite e derivados, além de optar por produtos ou alimentos que não são preparados com leite e fazer a substituição. Ou, ainda, usar de medicamentos da enzima lactase disponíveis no mercado em forma de comprimidos. “Fazendo o uso da enzima em comprimidos, ele fará o que a enzima faria naturalmente no organismo. Esse comprimido deve ser ingerido antes do consumo do alimento com lactose. Porém, em casos de pacientes com diagnóstico mais severo, eles terão sintomas mesmo usando os comprimidos. Por isso é importante lembrar que cada diagnóstico é individualizado e deve ser realizado conforme a rotina do paciente”, explica.

Importante salientar que a pessoa com intolerância a lactose pode ter uma vida normal, mas deve receber orientações alimentares de um profissional e seguir de forma correta para que as adaptações e substituições necessárias na sua dieta garantam que o seu corpo receba todos os nutrientes que precisa para funcionar adequadamente, além de reduzir a incidência e intensidade dos sintomas.

Alergias
A nutricionista explica que no caso de alergias alimentares, é indicada a exclusão total do alimento alergênico da dieta alimentar e que só é possível saber que determinado alimento desencadeia a alergia após ter sido consumido.
Após o diagnóstico, o indicado é realizar adaptação da dieta, que deve preferencialmente ser acompanhada por um profissional e planejada de acordo com as necessidades nutricionais da pessoa e sem a presença dos alimentos que causam sintomas. “A melhor forma de tratar, e única, é a retirada dos alimentos que vão extrapolar os sintomas. Claro, em algumas situações é possível fazer o uso de medicações, mas o mais indicado é não consumir. Desta forma, o nutricionista dará o suporte através de um plano alimentar para ter a exclusão desses alimentos que causam o processo inflamatório.”

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